Caros alunos,
inicialmente gostaria de me desculpar por não ter postado antes o material que tinha prometido a vocês, mas tive uma razão bastante significativa para isso. Como todos puderam ver na sexta-feira, eu estava bem doente. Pois bem, acabei piorando bastante e ao chegar em casa depois do trabalho, simplesmente apaguei e só acordei no sábado 24/03/2012, ainda passando muito mal, aliás como estou até agora.
Enfim, como havia firmado um compromisso com vocês (além do fato de vocês nada terem a ver com a minha doença) resolvi pegar o computador e postar um quadro comparativo com relação aos movimentos reformistas do século XVI e a Igreja Católica.
Espero que seja de grande ajuda.
Caso consiga, ainda hoje posto mais algumas informações referentes aos conteúdos do simulado de segunda-feira .
Forte abraço a todos.
Forte abraço a todos.
MENTALIDADE E RELIGIOSIDADES: A Reforma Protestante
Ø Definição: movimento religioso que rompeu com a autoridade da Igreja Católica, dando origem a novas religiões cristãs;
Ø Quando: a partir do século XVI;
Ø Onde: o movimento reformista teve mais força na ALEMANHA, SUÍÇA e INGLATERRA;
Ø Antecedentes/Causas:
· Corrupção do clero e afastamento de seus membros das concepções originais do cristianismo (humildade, fraternidade, caridade).
· Venda de indulgências.
· Venda de relíquias sagradas.
· Venda de cargos no clero.
A Reforma Protestante
Ø As idéias de Reforma não consistiam em novidades, vários grupos sociais pensavam em reforma: os Reis (luta contra o supra-nacionalismo do Papa); a Burguesia (luta contra o “preço justo” e a condenação do lucro), a Nobreza (a ambição pelas terras da Igreja), os Camponeses (a luta contra o feudalismo legitimado pela igreja), os Humanistas (críticos do clericalismo).
Ø As condições de corrupção moral, luxo e o despotismo do Clero eram alvos de duras críticas. Movimentos como o de Wycliff e Huss (pré-reformadores) foram exemplos da insatisfação da sociedade com a situação do Cristianismo na Idade Média.
Lutero e Müntzer
Ø Lutero, a partir de suas 95 Teses contra a venda de Indulgências iniciou um confronto com o Papado, que acabou resultando na fragmentação do cristianismo. Excomungado pelo papa Leão X (1520) por seus ensinos que ia de encontro a dogmas do catolicismo.
Ø Lutero contou com o apoio de setores da nobreza alemã, que via nesta situação uma oportunidade de se opor ao Imperador. Lutero era defensor da igreja sob a tutela do Estado, afirmava que a salvação era somente pela Fé, que os crentes poderiam chegar diretamente a Deus e o livre examinar das Escrituras.
Anabatismo e revoltas camponesas na Alemanha
Ø Thomas Münzer, tem sido alvo de muita contradição. Em termos concretos Munzer foi um dos líderes das revoltas camponesas de 1524. Suas idéias consistiam num misto de Milenarismo com Messianismo. Foi um crítico de Lutero devido a aliança do reformador com a nobreza alemã.
Ø Muitos seguidores de Munzer eram anabatistas, reformadores radicais que defendiam modificações profundas na ordem feudal.
O Anglicanismo - ING:
Ø Atrito entre o rei da Inglaterra e o papa.
Ø Henrique VIII* (ING) X Clemente VII (Papa).
Ø Negação do papa para o rei conseguir anulação de seu casamento com Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena.
Ø Interesse do rei em terras eclesiásticas.
Ø Ato de Supremacia: Rei = chefe da Igreja na ING.
Ø Terras da Igreja confiscadas e vendidas aos nobres (fortalecimento político do rei).
Ø Culto e hierarquia semelhantes ao catolicismo.
Ø Autoridade do papa não é aceita e latim é abolido dos cultos.
Ø Fusão de elementos católicos com elementos calvinistas.
O calvinismo e o capitalismo.
Ø João Calvino foi sem dúvida o grande teólogo da Reforma, sua obra “Instituição da Religião Cristã” é uma síntese dos seus ensinos, fundamentados na crença na Soberania de Deus e na doutrina da Predestinação.
Ø A doutrina Calvinista, afirmava que qualquer trabalho era fruto de uma vocação, que exercida com empenho, honestidade, sobriedade e determinação, seria santa e agradável a Deus.
Ø A Ética Calvinista possibilitou aos calvinistas (Huguenotes, Puritanos, Presbiterianos) uma liberdade para trabalhar e lucrar que em muito se compatibilizou com estes aspectos práticos do capitalismo. Por essa razão o sociólogo alemão Max Weber defendeu a tese da relação do calvinismo com o capitalismo na sua obra clássica “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”.
IGREJA | LIVRO SAGRADO | SALVAÇÃO | SACRA-MENTOS | RITO RELIGIOSO | ÁREAS |
CATÓLICA | Bíblia Interpretada pelos padres. | Fé e boas obras | Sete: batismo, eucaristia, matrimonio, penitencia, ordem e extrema-unção. | Missa Solene Uso do latim | Ibéricos, Itália, sul Alemanha, maior parte da França e Irlanda. |
LUTERANA | Bíblia Única fonte de fé. Livre exame. | Fé | Dois: Batismo e Eucaristia | Culto simples Uso língua nacional | Norte Alemanha, Escandinávia. |
CALVINISTA | Bíblia Única fonte de fé. Livre exame. | Fé, predestinação e pela graça de Deus. | Dois: Batismo e Eucaristia | Culto simples Uso língua nacional | Suíça, Holanda, parte França, Inglaterra e Escócia. |
ANGLICANA | Bíblia Interpretada pela igreja e livre exame. | Fé e pela graça de Deus | Dois: Batismo e Eucaristia | Culto forma católica, língua nacional. | Inglaterra. |
A REFORMA CATÓLICA E SEUS INSTRUMENTOS NA EUROPA: INQUISIÇÃO E REPRESSÃO RELIGIOSA
A Contra Reforma ou Reforma Católica:
Ø Medidas da Igreja Católica para conter o avanço protestante na Europa .
Ø O Concílio de Trento (1545 – 63): reafirmação dos dogmas do catolicismo, criação de seminários e do catecismo, criação do INDEX, reativação dos Tribunais do Santo Ofício.
Ø Companhia de Jesus (Inácio de Loyola - ESP): ordem dos jesuítas, busca de novos fiéis (América), educação e catequese.
Ø Atingido pelas Reformas Protestantes, o Catolicismo buscou no “Concílio de Trento” (1545 - 1563) tanto medidas reformistas (ênfase no preparo do clero e repúdio ao comercio de Indulgências) quanto medidas de enfrentamento ao protestantismo como: criação da congregação do Índex (visando retomar o controle da mentalidade); a reestruturação do Tribunal do Santo Ofício (objetivando perseguir a heresia protestante); e o reconhecimento da Companhia de Jesus (jesuítas = inacianos) para repor a perda de grande parte de sua liderança.
A ORIGEM DA INQUISIÇÃO
Ø A Inquisição foi criada pelo Papa Gregório IX em 20 de abril de 1233, e tinha o caráter de instituição judicial cujos objetivos eram localizar, processar e sentenciar pessoas culpadas de heresia. Os inquisidores pertenciam às ordens dos franciscanos e dominicanos, sendo nomeados diretamente pelo Papa.
Ø Nos processos conduzidos pelos inquisidores, qualquer denúncia era considerada prova de culpabilidade, cabendo ao acusado provar que era inocente - ele também ficava incomunicável, preso por correntes, e tinha permissão para falar apenas com os agentes da Inquisição. Cabia ao próprio suspeito arcar com os custos de sua prisão.
PRÁTICAS CONSIDERADA CRIMINOSAS
Ø Espécie de versão eclesiástica da justiça civil, o Tribunal Inquisitorial vigiava inúmeros tipos de crimes: práticas judaicas, luteranas ou maometanas qualquer tipo de heresia, aí incluídas as blasfêmias e quebras de preceitos religiosos; feitiçarias e bruxarias; bigamia, costumes gentílicos (tais como andar nu, pintar o corpo e, particularmente, tatuar-se à moda dos índios); e sodomia.
Ø As punições variavam: flagelações, penitências públicas, multas em dinheiro, confisco total ou parcial dos bens, degredo, trabalho forçado nas galés, prisão perpétua e condenação a morte por fogueira. Neste último caso o condenado era entregue às mãos do Tribunal secular, pois a Igreja se recusava a executar a sentença que ela própria prescrevera.
Ø Quer seja para revigorar a fé, quer para redenção e alívio dos pecados, quer ainda para garantir a sua salvação e a proteção divina livrando-se da temível excomunhão, o homem colonial, diante do tom ameaçador dos editais de visita, não titubeavam em cumprir prontamente os ordenamentos prescritos naqueles termos.
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